Ponto de equilíbrio, o cálculo
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Anteriormente no blog conversamos a respeito da gestão orçamentária e o seu papel dentro da administração e gestão estratégica da empresa, mas há dúvidas quanto ao modo de fazer a sua aplicação. Neste artigo iremos ver como calcular o ponto de equilíbrio.
O ponto de equilíbrio como já dito ajuda a saber qual é o valor que precisa ser vendido/captado para que possa ter as contas da empresa equalizadas, logo o quanto precisa para deixar tudo no “zero a zero”.
Já mostramos algumas questões relacionadas a separação e identificação dos tipos de gastos que a sua empresa tem. Identificar corretamente e enquadra-las em seu respectivo tipo são a chave para a composição do cálculo do ponto de equilíbrio.
Reforçamos que apesar de simples o cálculo, mas a não distribuição correta pode levar a erros no resultado.
Como calcular
Vamos então para as etapas:
- Levantar os Gastos Fixos mensais
- Calcular a Margem de Contribuição
- A fórmula pode ser expressa da seguinte maneira:
- % Margem de contribuição = Receitas - Custos Variáveis
- Aplicar então a fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio:
- Ponto de Equilíbrio = Gastos Fixos / % Margem de Contribuição
Simples, não?
A seguir vamos explicar cada um dos itens de uma forma mais detalhada.
Levantar as Receitas mensais
O primeiro passo é simples. Você vai fazer um levantamento do seu faturamento médio, ou seja, quanto de dinheiro entra na empresa por mês.
Se você já faz uso do sistema CIM da GVM terá como acompanhar essa informação ao longo do período e tirar várias amostragens com base no melhor e pior cenário para que tenha número reais. Para tanto, use o relatório de vendas do período ou se preferir acompanhar por produto, pode-se usar o relatório de vendas por período e colocar o produto desejado em seu filtro. Caso ainda não tenha use as informações do seu fluxo de Fluxo de Caixa.
Levantar os percentuais dos Custos Variáveis
Este segundo passo vital para que o cálculo seja apurado corretamente. Para tanto é preciso que levante, percentualmente, os custos variáveis impactam no seu faturamento.
Lembrando que os Custos Variáveis são os custos que estão diretamente atrelados ao seu produto ou serviço. Isto é, quanto mais você vende, acaba tendo mais custos. Quanto menos você vende, menos custos variáveis se tem.
Não é uma regra, mas se formos colocar em linhas gerais, as empresas têm os seguintes custos variáveis:
- Fornecedores / Matéria-prima
- Terceirizações (para serviços, geralmente)
- Impostos sobre nota fiscal
- Taxas do cartão de crédito/débito (Pagseguro para empresas online)
- Comissões de vendedores
Mais adiante, neste artigo, temos um quadro de como você pode montar e apurar os custos variáveis e pô-los em formato percentual.
Levantar os Gastos Fixos mensais
Sem saber quanto te se têm de despesa fixa, ou seja, qual o seu gasto mínimo para manter a empresa e deixa-la funcionando é impossível calcular o Ponto de Equilíbrio Financeiro.
Dentre os quais temos os principais tipos de gastos fixos:
- Financeiras
- Administrativas
- Pessoal (incluindo salário dos sócios)
- Serviços de terceiros
- Materiais, equipamentos e manutenção
- Investimentos fixos em marketing
Importante: É importante que considere a proporção das despesas sazonais, àquelas que variam ao longo do tempo ou período do ano, tais como 13º salário, férias, IPTU, horas extras, entre outras. Neste momento é altamente recomendável que se coloque “gordurinha” nestas despesas para caso de imprevistos.
Colocando a teoria na fórmula
Calculando Ponto de Equilíbrio Financeiro
Uma vez que se levantou as receitas mensais, apurou os percentuais dos custos variáveis e levantou-se a informação do gasto fixo mensal, basta aplicarmos tudo isso numa fórmula.
Reforçando que a fórmula do cálculo do Ponto de Equilíbrio Financeiro é:
PE = Gastos Fixos ÷ % Margem de Contribuição
Margem de contribuição
A Margem de Contribuição é o lucro do produto ou do serviço, noutras palavras é o seu faturamento (quanto vendeu) menos os custos variáveis.
Essa pode ser calculada a partir de um único produto, bastaria pegar o preço de venda dele e tirar os custos variáveis. No entanto, não é algo muito recomendado para que se faça a apuração real da empresa e assim descobrir qual é a fatia de participação de cada item comercializado.
Para exemplificar iremos usar apenas um produto e dele calcular a margem de contribuição. Para tanto temos o seguinte quadro:
Observação: Para chegar este número de 55,0193 aplicou-se a “Regra de 3” para computar este valor, onde:
R$ 51.800,00 = 100%; R$ 28.500,00 = x; logo, x = (R$ 28.500,00 x 100) / R$ 51.800,00.
Agora é bem sim:
% Margem de Contribuição = 100% - (Percentual)
No nosso exemplo teremos:
% Margem contribuição = 100% - 55,0193%, portanto 44,9807%
Este é o percentual da margem de contribuição que precisamos para o cálculo.
Depois disso basta aplicar na fórmula colocando as Despesas Fixas e dividir pelo % da Margem de Contribuição que acabamos de calcular:
PE = Gastos Fixos ÷ % Margem de Contribuição
Um exemplo prático
Paulo, tem empresa que vende cadeiras. Onde ele compra essas cadeiras para revender em sua loja. Ele tem observou que tem como faturamento médio R$ 100.000,00. Levantou o percentual do custo variável e viu que de seu faturamento, 69% do valor são custos variáveis. Por fim, a média dos gastos fixos do negócio ficou é de R$ 18.000,00 por mês.
O cálculo então ficou assim:
Ponto de Equilíbrio = Gastos Fixos ÷ % Margem de Contribuição
Ponto de Equilíbrio = R$ 18.000,00 / 69%
Ponto de Equilíbrio = R$ 26.086,96
Nota: Converteu-se o 69% para decimal para facilitar a visualização do resultado, sendo assim dividiu-se 69 por 100 e obteve-se 0,69.
O Ponto de Equilíbrio da empresa é de pouco mais de 26 mil reais por mês. Sendo assim Jorge passa a saber que ele precisa vender este valor mínimo para equilibrar as contas. Qualquer coisa abaixo disto já é prejuízo. Acima, por sua vez, é lucro!
Um sistema pode ajudar em muito a obter essas informações e trará informações mais precisas para elaborar este cálculo corretamente.
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